Por quê?
Bum, bum, bum, bum, Salve Planeta Truman Show. Eu fiz uma pausa nas atividades cotidianas para dividir com vocês algumas interpelações. Aceito respostas e comentários.
Na minha opinião, Ana Clara (Samantha Jones), ex- cuidadora de Leonardo Roitman (Guilherme Magon), não morreu com o tiro que recebeu de Odete, disparado a sangue frio. Acredito que ela sobreviveu, e alguma engenhosidade da trama encobriu esse fato. Partindo dessa hipótese, tendo Ana Clara sobrevivido em segredo — à semelhança de Leonardo Roitman, filho da Odete, sobrevivente de um acidente de automóvel em que outro homem foi enterrado em seu lugar—, é plausível que ela também tenha sido mantida viva às escondidas. Curiosamente, a trama não mostrou o funeral de Ana Clara, tampouco uma investigação formal sobre seu assassinato. Isso sugere que ela ainda possa reaparecer, viva, surpreendendo todos e vingando-se de Odete Roitman antes dela viajar definitivamente para a França. Enquanto assistia à repercussão do crime, me perguntei: qual foi a feminista que abortou o espírito crítico dos homens e das mulheres brasileiras? E, a partir disso, surgiram outras questões, mais profundas:
A morte de Odete Roitman foi um feminicídio?
Se não foi, por que outras mortes de mulheres em contextos semelhantes são classificadas como feminicídio e noticiadas como tal pelos jornais da mesma emissora?
É possível educar uma sociedade contra o feminicídio ao transformar o assassinato de uma mulher em espetáculo e motivo de comemoração pública?
Se a vítima tem sempre razão, Odete, ao ser assassinada, passou a ter razão também? Ou isso depende da narrativa social que se cria em torno dela?
Uma mulher sensual, vestida com roupas consideradas “provocantes”, pode ser vítima de violência sexual. Alegações de que ela “provocou” raramente são aceitas pela justiça. Então, por que se aceitam justificativas parecidas para validar o assassinato de Odete Roitman — como se ela tivesse provocado seu próprio destino? Qual é a diferença entre os dois discursos?
Comemorar a morte de Odete Roitman numa terça-feira e assistir passivamente à Santa Missa no domingo, pela mesma emissora, é hipocrisia?
Se não for hipocrisia, o que é?
As mulheres que festejam a morte de Odete Roitman são o quê, afinal?
Empoderadas? Sensíveis? Virtuosas? Ou representantes de um cristianismo “super atual”, onde os ensinamentos de Cristo ficaram gagás? (Graça Barata?)
“Quem mente, rouba. Quem rouba, mata.”
Essa frase dita na novela Vale Tudo por Raquel (Taís Araújo) e Maria de Fátima (Bella Campus) tem alguma conexão com a emissora que exibe a trama? Ela mente, rouba ou mata — metaforicamente ou simbolicamente?
Mas a pergunta mais impactante talvez não esteja em Vale Tudo, e sim na novela anterior, Mania de Você:
Por quê os autores optaram por matar Rudá?
"Rudá" significa Deus do Amor na mitologia Tupi, equivalente a Eros na grega.
O personagem interpretado por Nícolas Prattes representava o amor. Não era mau.
Foi órfão desde criança, cresceu na pobreza, foi preso injustamente, sofreu todo tipo de abuso, conviveu com monstros e, mesmo assim, não se tornou um.No final, sequer pôde experimentar a mínima felicidade: foi assassinado. Por quê?
Por quê faço essas perguntas?
Porquê foram pessoas com nível de consciência próximo do nada como muitos leitores de novelas de televisão — jogadoras de RPG da moralidade, contraditórias, super sensíveis apenas na defesa de seus próprios interesses coletivistas — que me processaram, classificando-me como “acometida de severa doença mental” com o único objetivo de tornar minha filha órfã de uma mãe viva.
E são essas mesmas mentalidades que satanizam o Sr. Jones para promover a Revolução dos Bichos.
Mas no fim… quem se importa de verdade com todas essas questões, neste Brasil de sofistas?
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